O
senador russo Gennady A. Gorbunov afirmou, nesta terça-feira (3/7), em reunião
da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado que seu país tem
grande interesse em suspender o embargo à importação de carne bovina do Brasil.
O parlamentar e mais dois senadores russos vieram ao Brasil para tratar de
temas do agro, especialmente com relação ao mercado de carnes.
A
suspensão das compras da carne do Brasil, decretada pela Rússia no início do
ano passado, atingiu vários frigoríficos brasileiros, e foi justificada por
aquele país sob a alegação da existência de problemas sanitários na carne
importada do Brasil. De acordo com Gorbunov, a Federação da Rússia tem um
elevado déficit na produção de carne bovina, tendo, por essa razão, necessidade
de suprir o mercado interno com importações.
Com
relação às compras de carne suína e de aves, também atingidas pelo embargo, ele
observou, no entanto, que a Rússia nos últimos anos já está conseguindo
abastecer sua população com esse produto.
Infelizmente,
para a Rússia, nós ainda enfrentamos um problema de déficit de abastecimento de
carne bovina que gostaríamos muito de preencher com uma produção de alta
qualidade do Brasil. Todos sabem que para aumentar a produção de carne de porco
e de frango não é necessário muito tempo. Já com relação à carne de boi, a situação
é diferente, pois uma elevação substancial da produção neste setor leva pelo
menos dez anos, explicou Gorbunov.
Durante
a reunião, presidida pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS), o
coordenador-executivo da Comissão de Sanidade da Confederação Nacional de
Agricultura (CNA), Décio Coutinho, fez uma apresentação aos parlamentares
russos do novo sistema de rastreabilidade que o Brasil está implementando em
todo o território nacional.
Respondendo
a questionamento do senador Sergio Souza (PMDB-PR), Gorbunov garantiu que o
embargo da Rússia à carne brasileira não foi decretado em razão de a Rússia ter
passado a comprar o produto dos Estados Unidos ou da União Europeia em troca de
apoio político para sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Já
o senador Antônio Russo (PR-MS) solicitou à comitiva de parlamentares russos
sua interferência junto aos órgãos de comércio exterior daquele país, no
sentido de permitir o acesso ao mercado russo da produção brasileira de carnes
não apenas para grandes frigoríficos, mas também para médios e pequenos
produtores.
Ao
final da reunião, o senador Blairo Maggi (PR-MT) reclamou do excesso de rigor
da fiscalização nos portos da Rússia sobre cargas de soja originárias do
Brasil. De acordo com Blairo Maggi, a simples presença na soja, em quantidades
mínimas, da impureza constituída por uma erva daninha brasileira, que tem o
nome popular de picão-preto, é suficiente para os fiscais russos não darem
permissão para o desembarque do produto brasileiro.
Fonte:
Sou Agro. Pela
Redação. 3 de julho de 2012.
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