O clima deverá favorecer o plantio da soja no Brasil na safra 2012/13. Depois de duas temporadas sobre influência do La Niña, e da safra brasileira de grãos do sul do país ter sido dizimada por conta da seca no ciclo 2011/12, a volta do El Niño poderá ser positiva para os trabalhos de campo.
O fenômeno climático pode antecipar em cerca de um mês a estação de chuvas, como explicaram alguns meteorologistas. Os grãos deverão ser os mais beneficiados. Em contrapartida, chuvas fora de época podem comprometer o bom desenvolvimento da colheita da cana-de-açúcar e do café.
As condições de umidade do solo positivas deverão beneficiar o plantio de soja, principalmente de variedades precoces no Mato Grosso, maior estado brasileiro produtor da oleaginosa. O processo começa no dia 15 de setembro, quando termina o vazio sanitário, e a colheita deverá ter início em janeiro. Em seguida, serão plantadas as safras de milho verão ou algodão.
Além do benefício do clima, os sojicultores contam ainda com o estímulo dos altos preços que vêm sendo registrados pela soja tanto no mercado internacional, quanto no mercado interno brasileiro. Na Bolsa de Chicago, o vencimento agosto já caminha para os US$ 16 por bushel e aqui no Brasil, a saca da oleaginosa, nesta quinta-feira, chegou a bater os R$ 75 no porto de Rio Grande.
Esses valores historicamente altos deverão refletir, diretamente, em um aumento da área de plantio de soja no Brasil durante a safra 2012/13. Segundo uma estimativa do analista de mercado Carlos Cogo, da Consultoria Agroeconômica, a área de soja deverá registrar um aumento de 8 a 9%, o que significa um incremento de aproximadamente 2 milhões de hectares, e o potencial de produção é de 80 a 82 milhões de toneladas.
Em contrapartida, e em detrimento para uma maior área destinada à oleaginosa, o milho deverá perder 8% de sua área, e o algodão 35%. "com esse nível de preços, a área de soja vai ser ampliada e teremos uma forte queda na área de algodão", disse Cogo.
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