Os futuros da soja encerraram o
pregão desta quinta-feira (7), feriado de Corpus Christi aqui no Brasil, com
altas de mais de 40 pontos na Bolsa de Chicago. Os contratos julho e agosto/12
conseguiram retomar o patamar dos US$ 14 dólares por bushel e essa parece ser
uma recuperação do mercado internacional da soja depois das recentes e
expressivas baixas. O milho e o trigo também encerraram o dia com bons
ganhos.
Em maio, a oleaginosa recuou 11% em
Chicago. A falta de novas informações, principalmente sobre a demanda, e a
estabilidade entre os fundamentos pressionaram o mercado, além da aversão ao
risco por parte dos traders em função das incertezas na macroeconomia.
O que provocou esse bom desempenho da
commodity foi uma junção de fatores positivos, sendo os bons fundamentos, novas
informações sobre a demanda, preocupações com o clima nos EUA e o cenário mais
tranquilo no mercado financeiro.
No quadro fundamental, nada mudou. Os
estoques continuam preocupantemente baixos e as perspectivas são de que essa
situação se mantenha a longo prazo, mesmo com uma recuperação da safra da
América do Sul e uma boa produção norte-americana.
Além disso, a demanda permanece
aquecida. Nesta quarta-feira (6), o USDA (Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos) anunciou a venda 120 mil toneladas de soja para a China e esse
reporte trouxe uma nova faísca ao mercado, impulsionando ainda mais o avanço
dos preços. No pregão desta quinta, os traders voltaram a focar este cenário
permitindo esse fechamento significativamente positivo para a oleaginosa.
Paralelamente, o mercado climático
começa a mostrar sua presença e importância, estimulando os prêmios de risco
por parte dos investidores que já se preocupam com uma possível seca nos
Estados Unidos. Para os próximos dias, previsões de institutos norte-americanos
apontam para altas temperaturas e falta de chuvas, condições nada favoráveis
para o desenvolvimento das lavouras.
Entre os fatores externos, a boa
notícia vem do macrocenário, que registrou uma quinta-feira mais tranquila, com
os negócios tendo caminhado por um viés positivo e reduzindo a aversão ao
risco. Essa situação de menos preocupações e incertezas acaba favorecendo uma
volta dos fundos de investimento ao mercado de commodities, resultando em boas
altas para as cotações.
Contribuindo para este cenário, a
China, uma das mais importantes economias mundias e importante consumidora de
commodities, anunciou que está reduzindo as taxas de juros no país. Essa é a
primeira vez que o índice é rebaixado desde 2008. A percepção do mercado foi
bastante positiva sobre esse anúncio e completou o bom humor do mercado hoje.
Veja a entrevista do analista de
mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, direto de Chicago, no programa Mercado
& Cia:
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