A expectativa do mercado para o relatório mensal de acompanhamento de safra que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na próxima sexta-feira, 10 de agosto, é bastante grande. Em Chicago, os futuros dos grãos operam com bastante volatilidade desde a última semana. Os Estados Unidos sofrem com a pior seca de sua história e suas lavouras vêm sendo castigadas dia a dia pelo calor intenso e pela falta de chuvas.
O milho é a cultura que registra maiores danos. A estiagem esteve presente em um momento decisivo para a definição de sua produtividade, onde a presença da água era fundamental para o bom desenvolvimento das plantas. Sendo assim, os danos já são irreversíveis.
Segundo a consultoria Agroconsult, as perdas na safra 2012/13 de milho dos EUA podem chegar às 100 milhões de toneladas, com uma colheita de 275 milhões de toneladas. Já o analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, ouvido pelo jornal Diário de Cuiabá, estima que a quebra na produção seja de algo em torno dos 70 milhões de toneladas.
Em termos de receita, os prejuízos com o grão são calculados em US$ 25 milhões. Caso essas perdas se confirmem, o consumo interno irá registrar um déficit de 7 milhões de toneladas, cenário que poderia fazer com que os norte-americanos tivessem que importar milho pela primeira vez para abastecer seu mercado doméstico.
No caso da soja, analistas afirmam que ainda há um potencial de desenvolvimento caso chuvas regulares e volumosas suficientes cheguem ao país. Entretanto, as lavouras da oleaginosa também vêm sofrendo com a estiagem e já registram expressivas perdas.
De acordo com Mendonça de Barros, a quebra na colheita de soja dos EUA pode chegar a 20 milhões de toneladas em sua estimativa para o boletim do USDA. O prejuízo, portanto, seria de US$ 33 milhões, segundo analistas de mercado.
Complementando o quadro de perdas, analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters afirmam que os estoques norte-americanos de soja podem ser os menores em pelo menos 32 anos. A estimativa média é de que os estoques sejam reportados em 3,05 milhões de toneladas (112 milhões de bushels), os menores desde a safra de 1980/81. Em seu último relatório, divulgado em julho, o USDA estimou os estoques finais dos EUA em 3,54 milhões de toneladas (130 milhões de bushels).
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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