O governo federal vai anunciar nas próximas semanas um
pacote de investimentos voltado à infraestrutura logística, afirmou o
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Luciano Coutinho, nessa segunda-feira (06), durante o Congresso
Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo (SP).
Segundo
Coutinho, este conjunto de medidas será dedicado a melhorar as
condições de estradas, ferrovias, hidrovias, com o objetivo de facilitar
o escoamento da produção agropecuária. “O agro brasileiro é precioso,
gerador de riqueza, emprego e renda, e melhorar a infraestrutura é um
compromisso do governo”, disse.
A deficiente
infraestrutura logística é um dos principais gargalos do setor, senão o
maior, conforme ressaltou o presidente da Associação Brasileira do
Agribusiness (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. “O Brasil não vive um
apagão logístico, a logística já está apagada.” Por sua vez, para o
presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, a solução só virá por meio de
parcerias-público-privadas.
Coutinho falou
também sobre os investimentos feitos pelo BNDES em grandes empresas
brasileiras do setor de proteínas. “O objetivo é fortalecer a
internacionalização delas”, justificou-se, acrescentando que o banco
também tem interesse em investir em pequenas e médias agroindústrias,
mas observou que a aproximação com estas empresas é mais difícil porque
não são companhias de capital aberto. “A participação de fundos de
investimentos nestas empresas seria benéfica, a fim de prepará-las para o
ingresso no mercado de capitais.”
O presidente
do BNDES pontuou, ainda, que o avanço do agro brasileiro passa por
quatro elementos-chave: inovação, produtividade, criação e
desenvolvimento de marcas e internacionalização. No que diz respeito ao
tema compra de terras por estrangeiros, Coutinho assinalou que é preciso
encontrar uma solução equilibrada para a questão, que preserve a
soberania do País, dê segurança jurídica aos investidores estrangeiros e
atraia capital internacional para o agro e outros setores da economia
brasileira.
Na análise de Corrêa Carvalho, a
falta de coordenação no governo federal para o desenho de políticas
públicas integradas para o agro é um grave problema. Segundo ele, muitas
decisões relativas ao setor rural estão fora da alçada do Ministério da
Agricultura, espalhadas por diversas outras pastas. “Nós temos, por
exemplo, quatro ministérios para tratar de temas do agro. Temos a pasta
da Agricultura, a do Desenvolvimento Agrário, a do Meio Ambiente, com
florestas plantadas e a da pesca também”, criticou.
Fonte: Sou Agro
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