O
governo federal deve anunciar o Plano Agrícola e Pecuário da safra
2012/2013 na próxima quinta,
dia 28. Alguns setores, no entanto, pedem negociação de dívidas para ter
direito a novos financiamentos. De acordo com informações do governo, há 95 mil
produtores rurais inscritos na dívida ativa da União, com débitos que chegam a
R$ 9 bilhões. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, devem se reunir com a presidente Dilma Rousseff na
semana que vem para tratar do assunto.
O presidente da
Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul
(Federarroz), Renato Rocha, pediu, em Brasília (DF), nesta quinta, dia 21, a
prorrogação das dívidas dos rizicultores. Somente no Rio Grande do Sul, os
valores em aberto chegam a R$ 3 bilhões. Em setembro do ano passado, a entidade
entregou ao Ministério da Agricultura um pedido de criação de um plano de
renegociação. De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério,
Caio Rocha, uma resposta deve ser dada ao setor na próxima terça, dia
26.
O vice-presidente
da Frente Parlamentar da Agropecuária, Luis Carlos Heinze (PP-RS), defende
soluções pontuais para os casos mais graves como o do arroz, que em função do
clima, teve uma perda de dois milhões de toneladas nesta safra.
– Esse produtor já
não tem mais acesso ao crédito. Por isso, nós precisamos de um pacote de
negociação específica para a questão do arroz. O setor está pedindo 35 anos de
prazo e uma urgência nessa solução. Porque, de novo, se nós não resolvermos a
questão do endividamento, nesta safra 2012-2013, cairá outro grande número de
produtores que não terão acesso ao crédito – diz.
Quanto ao problema
dos 95 mil produtores inscritos na dívida ativa da União, um novo prazo para a
negociação dos débitos poderá ser inserido em uma Medida Provisória em análise
no Congresso, que trata de dívidas do Nordeste. Para o presidente da Comissão
de Avicultura e Suinocultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), Renato Simplício, o importante é oferecer uma saída definitiva
para o problema.
– Eu só vejo uma
solução, que é fazer uma consolidação geral das dívidas, produtor por produtor,
dentro de um contexto geral. E apresentar uma solução que o produtor possa dali
para a frente ter uma perspectiva definida, juros definidos, compatíveis com a
rentabilidade da sua atividade e prazo também compatível. Enquanto ficar
tapando um buraco provisoriamente, vamos continuar nesse problema recorrente de
dívida – aponta.
CANAL RURAL
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