O diretor do Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, na sigla em inglês), Frank Rijsberman, afirmou nesta segunda-feira (28), que caso o clima seco persista no Meio-Oeste dos Estados Unidos, principal região produtora de milho do país, os preços mundiais dos alimentos podem disparar no curto prazo.
Como explicou Rijsberman, atualmente os EUA são os maiores produtores mundiais de milho e os preços estão estreitamente ligados ao clima no cinturão produtivo norte-americano. A maior parte do milho negociado é utilizado na fabricação de ração e, caso a expectativa a produção nãos se confirmar, mais trigo de qualidade inferior será destinado à alimentação de animais, restringindo a oferta do grão para consumo humano. Esse fator poderia incentivas uma alta dos preços da commodity, portanto.
"Acreditamos que a produtividade do milho no Meio-Oeste pode não ser suficiente para a demanda por ração e isso deve provocar alta nos preços. O sistema de produção de alimentos é tão interligado que a inflação deve afetar a todos os países. As pessoas vão pagar por essas altas, e os mais vulneráveis são os habitantes de países em desenvolvimento", disse o diretor do CGIAR.
Na primeira metade do ano passado, a inflação dos alimentos registrou altas recordes por conta das preocupações com a oferta global de cereais, cacau e açúcar. Frank Rijsberman disse ainda que essa última alta dos alimentos acabou "empurrando" 44 milhões de pessoas na África e na Ásia para a pobreza, uma vez que nos países em desenvolvimento os gastos proporcional da população com alimentos é maior.
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