De acordo com pesquisa da Universidade de São
Paulo, animais mais eficientes possuem menos gordura entremeada na carne.
Entre os diversos índices de eficiência alimentar,
o consumo alimentar residual tem sido o mais estudado e o mais discutido como
critério de seleção de animais. Programas de melhoramento genético de bovinos
de corte de países como Austrália, Canadá e Estados Unidos e mais recentemente
o Brasil tem considerado o seu uso.
Porém, duas teses recém defendidas na Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP),
demonstraram que os animais mais eficientes conforme o índice possuem menos
gordura entremeada na carne. Segundo a pesquisadora da Esalq, Michele Lopes do
Nascimento, isto indica que a seleção genética dos animais por este índice de
eficiência pode ter impactos negativos sobre a qualidade da carne.
– Então quando selecionar esses animais eficientes
e eles deixam de ter essa característica que é muito bem aceita no mercado,
isso é um ponto negativo da seleção. Então basicamente esse é um dos resultados
mais recentes que a gente tem e que faz a gente pensar se realmente se deve
utilizar esse índice ou não – afirma.
Os resultados das duas teses sugerem que 30% da
variação observada para este índice de eficiência são explicados pela produção
de carne mais magra. Melhorar a eficiência do rebanho é muito importante
para reduzir o custo de produção e impacto ambiental da atividade, mas se
houver prejuízo na qualidade e aceitação da carne pelos consumidores isto se
torna muito perigoso. A pesquisadora da Esalq afirma que hoje a pecuária tem
que ser uma atividade empresarial e a eficiência alimentar é uma vertente desse
contexto.
– Na hora em que se tenta manter a eficiência como
um todo, com controle, com pesagens dos animais, você precisa saber quanto seus
animais estão ganhando, quanto eles consomem, quanto eles te custam, se aquela
matriz que está no seu rebanho está dando lucro, ela está sendo eficiente, se
tem controle dela. Então acho que a eficiência no sentido global é a palavra
que deve ficar na cabeceira de todo o produtor – salienta.
Outra conclusão importante destas duas teses é que
seria possível desenvolver duas linhagens genéticas distintas. Uma para
produção de carne de qualidade e outra para produção de carne de forma mais
eficiente, que seria mais magra.
RÁDIO GAÚCHA
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